De acordo com a pesquisa realizada pelo PoderData, em setembro de 2020, 18% dos entrevistados alegaram que as relações pioraram devido ao contato contínuo durante a pandemia. Este quadro fez com que o número de casais que optassem pelo divórcio na pandemia aumentasse.
Alguns casais relataram, em entrevista para a BBC News, que a pandemia atribuiu ao relacionamento uma maior pressão, ainda mais em casos em que havia filhos e trabalho remoto a ser realizado simultaneamente. A situação levou a mais brigas e irritações, mesmo que por motivos fúteis, ocasionando em desgaste do relacionamento.
Por isso, não é de se estranhar que a busca por “Divórcio” disparou vertiginosamente no último ano. De acordo com o Google, a procura por termos “como entrar com um pedido de divórcio” cresceu 3.750% nos últimos 6 meses e de “divórcio online”, 1.150%, no mesmo período.
A percepção de que os casais não estão bem ultrapassa as pesquisas acadêmicas e se revela também no cotidiano dos cartórios. De acordo com a Agência Brasília[2], os cartórios registraram aumento de 18,7% nos divórcios no início da pandemia, sendo 70% dos pedidos de divórcio iniciados pelas mulheres, e a maior contestação advém da frequente tripla jornada.
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Atualmente, é possível divorciar-se por meio de cartórios extrajudiciais (de notas), com a lavratura de escritura pública, desde que haja consenso entre o casal. Durante a pandemia, inclusive, o procedimento tem sido realizado de maneira remota (sem a necessidade de comparecimento das partes), via plataforma e-Notariado; ou por meio de ação judicial (nesse último caso, quando há filhos menores envolvidos). Em ambos os casos, é necessário, por lei, o acompanhamento por advogado.
O divórcio, contudo, é uma medida extrema que acaba por romper definitivamente os laços do casamento e gerar consequências drásticas ao casal e à família, especialmente quando há filhos envolvidos.
Assim, o diálogo e, por vezes, até mesmo a procura de orientação profissional podem amenizar a pressão gerada pelo isolamento social, auxiliando o casal a buscar a melhor maneira para enfrentar esse novo (já não mais tão novo) desafio, de sobreviver à pandemia.
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